domingo, março 18, 2007
Construir vida
As duas abordagens da biologia sintética (um ramo emergente da biologia, resultando dos avanços enormes recentes da bioinformática, genómica e biologia molecular) estão resumidos no editorial da Bioinformatics (Lorenzo et al. 2006. 22: 127-128). São elas a desconstrução (o que parece paradoxal) e a construção. A desconstrução baseia-se no estudo de partes de sistemas biológicos após o seu isolamento. De facto, aparentemente isto é paradoxal pois para isolar componentes de um sistema complexo estou a analisar e não a fazer síntese. No entanto, em termos conceptuais o conhecimento do comportamento das partes permite "construir" (síntese) o sistema complexo. Na construção há a combinação de componentes autónomos modulares para a criação de sistemas que imitam as propriedades dos sistemas biológicos. Uma manifestação desta abordagem pode ser encontrada aqui onde estão registados componentes que poderão ser utilizados nesta abordagem (é como recorrer a um catálogo de peças de uma marca automóvel e escolher as peças que me interessam para construir um determinado carro; há mesmo um tipo de peças denominado chassis com possibilidade de escolha entre E. coli, levedura e mamífero!). Há uma variante na abordagem da construção que é a síntese de pequenos genomas com o objectivo de criar sistemas simples com comportamento facilmente previsível e que poderão ter utilidade industrial e até na ciência não aplicada como na investigação sobre a origem da vida (aliás como toda a biologia sintética como parece evidente pela possibilidade de desenhar sistemas simplificados e pela compreensão das partes dos sistemas biológicos).
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1 comentário:
Pow, excelente tópico, estou querendo começar 1 tópico sobre o mesmo assunto no meu blog, decidi dar 1 apanhado geral no google sobre biologia sintética e acabei caindo no teu blog, por um outro blog que divulgou o teu tópico... parabéns pelo texto.
Abraço,
Eduardo.
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