terça-feira, fevereiro 20, 2007

"Daisy"


Com uma plataforma molecular capaz de fixar fragmentos de DNA e proteínas funcionais que actuem nesses fragmentos e com recurso à tecnologia de microssistemas de fluxo, o grupo de Bar-Ziv, da Weizmann Institute of Science em Israel, expressou dois genes colocados em bandas alternadas num destes chips biónicos em que um deles codifica uma proteína que é necessária para a produção da proteína codificada pelo outro gene. A possibilidade de desenhar sistemas com a colocação de genes fisicamente próximos e associados por relações de interdependência de actividade pode assim permitir criar chips complexos como por exemplo fábricas bioquímicas em ambiente não celular e módulos de integração de informação que poderão vir a constituir biocomputadores.

Bar-Ziv e colaboradores chamaram a este sistema molecular "daisy". O imaginário dos cientistas às vezes é insondável, mas neste caso parecem ter exagerado. É certo que não cairam na situação clássica de designações baseadas na mitologia grega, mas chamar o nome de uma florzinha a um sistema que poderá ser a base de seres biónicos é como imaginar o Arnold Schwarzenegger com uma margarida colocada numa orelha enquanto dispara a espingarda de canos serrados. A não ser, como suspeito, que o nome tenha sido inspirado pela forma do chip ou outra característica importante.

1 comentário:

Anónimo disse...

Professor,

Após uma intensa procura de cerca de 1 minuto no Google, verifiquei que este projecto do grupo do senhor Bar-Ziv foi feito em colaboração com a senhora Margherita Morpurgo da Universidade de Pádova em Itália. Sendo este o nome dela, é óbvio que o senhor Bar-Ziv está loucamente apaixonado por ela e por isso deu o nome de Daisy ao sistema. Eu aposto mais na admiração do dito investigador pela dona Margarida... em oposição à hipótese de, eventualmente, estar relacionado com a "forma do chip ou outra característica importante". É uma outra visão sobre a intrigante questão da origem do nome de florzinha dado ao chip...