No excelente Crítica na Rede (Revista de Filosofia e Ensino), sob a direcção de Desidério Murcho, um ensaio de Lisa Bortolotti e John Harris em que se defende a "permissibilidade da investigação em células estaminais". Como tudo o que surge no Crítica na Rede, um ensaio intelectualmente estimulante.
Tradução da autoria de Claudino Caridade do original publicado no Reproductive BioMedicine Online, Vol. 10, Sup. 1, 2005, pp. 68–75.
sábado, julho 22, 2006
domingo, julho 09, 2006
Xgrid@Stanford
Neste projecto são mais de 500 computadores (estatística de Setembro de 2005) em rede para criar um modelo das mudanças conformacionais do receptor beta2 adrenérgico sediado no Departamento de Fisiologia Molecular e celular da Universidade de Stanford. Baseia-se na aplicação Xgrid criada pela Apple para estes sistemas de computação distribuída. Há universidades que criaram estes sistemas para aproveitar os computadores do Campus quando não estão em uso e dedicá-los à computação aplicada na investigação. Outra aplicação é o cálculo @home de que o SETI@home e Folding@Home, com software rival, são exemplos. Para o Xgrid@Stanford até já há um Widget para se saber a actividade do processador dedicada à tarefa e que foi criado por dois conhecidos estudantes de pós-graduação Mac-fanáticos e já premiados pela Apple.
domingo, julho 02, 2006
O mundo dos micróbios é um mundo!
No alerta periódico que recebo da Molecular Microbiology dei com um artigo que me chamou a atenção sobre uma alternativa ao ciclo do glioxilato. No resumo é descrito numa maneira simples e clara o problema do anabolismo quando os substratos orgânicos são metabolizados via acetil-CoA. Foi Kornberg e Krebs em 1957 quem elucidou o mecanismo de assimilação através da via do glioxilato. O problema científico que é abordado no trabalho que deu origem ao artigo é o da bactéria Rhodobacter sphaeroides, à semelhança de outras, não possuir a enzima chave deste ciclo que permite a utilização de acetil-CoA: a isocitrato liase. Os autores (Alber, Spanheimer, Ebenau-Jehle e Fuchs) demonstraram a existência duma alternativa ao ciclo do glioxilato nesta bactéria, recorrendo a mutagénese por transposões e a electroforese bidimensional. Este sistema biológico promove a conversão de acetil-CoA, juntamente com dióxido de carbono, em L-malil-CoA e succinil-CoA.
Isto deixou-me a pensar na diversidade metabólica das bactérias. Foi S.J.Gould que referiu que elas representam a história de maior sucesso evolutivo. Pesquisei um pouco sobre R. sphaeroides e verifiquei que a diversidade metabólica pode residir numa só espécie; é capaz de fotossíntese, litotrofia, respiração aeróbica e anaeróbica e fixar azoto molecular. Espantoso ainda é possuir 2 cromossomas, sugerindo ancestralidade na diploidia. Além dos cromossomas, possui 5 outros replicons. O seu genoma já foi sequenciado e já se encontrou duplicação de segmentos e divergência de genes em cromossomas diferentes. Este é um modelo biológico que promete.
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