sábado, novembro 18, 2006

"Baby boom" dos pandas



Parece que o projecto de reprodução em cativeiro do panda gigante está a ser um sucesso. Pode ser assim recuperada uma espécie simbólica com um destino de extinção já anunciado. Faltará depois cuidar do habitat pois, apesar de ser importante manter animais em cativeiro numa perspectiva de educação ambiental e também de investigação, não servirá para nada recuperar espécies sem o seu habitat para ser possível manter populações selvagens. Ora o habitat do panda gigante também está ameaçado e a sua recuperação é difícil. A sua alimentação é à base de bambu que tem um ciclo de vida fora do comum: a floração ocorre simultaneamente em todos os indivíduos e a intervalos de tempo que podem ir dos 20 aos 100 anos, sucedendo-se, depois, a morte. Esta vulnerabilidade do habitat é assustadora, restando a esperança do empenho das autoridades chinesas na manutenção de parques naturais para contrariar a desflorestação galopante num país com crescimento económico vertiginoso.

Outro problema é o da consanguinidade. O cruzamento genético entre um reduzido número de indivíduos pode levar a um elevado grau de homozigotia. A ecologia molecular estuda a diversidade genética em casos como este, usando ferramentas de biologia molecular. Há dados que apontam para uma diminuição da diversidade genética (ver aqui e aqui). Apesar de tudo este pode vir a ser um caso de sucesso e servir de exemplo para outras situações como o lince ibérico.

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