quarta-feira, abril 05, 2006
Definição de vida: é a replicação um critério válido?
Via blogue Philosophy of Biology, é colocada esta pergunta suscitada pela notícia de que na Universidade de Cornell foi criado por Hod Lipson e colaboradores um robot auto-replicante, o "molecube" (ver aqui o vídeo, é fantástico!). Para além das possibilidades práticas que este tipo de robot pode tornar possível (auto-reparações de robots operários em estações espaciais ou noutros planetas), está a ser despoletada a questão da replicação (produção de cópias exactas) e reprodução (produção de cópias semelhantes). Isto faz-me lembrar o capítulo inicial de "The Origins of Life" de John Maynard Smith e Eors Szathmáry (Oxford) em que é referido o exemplo do fogo como entidade capaz de replicação e até de metabolismo com trocas químicas e de energia com o meio. A capacidade de criar cópias com alguma variabilidade (reprodução) parece distinguir os seres vivos. Esta variabilidade é causada por alteração nas instruções (informação genética nos genes), o que nos distingue do fogo (sem instruções para a replicação) e destes "molecubes", cujo software não me parece que seja passível de modificação por qualquer processo sem intervenção dos criadores (humanos) destes robots.
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